Vai entrando novembro e eu começo a lembrar que no fim do mês completo mais uma primavera. Sim, é assim que eu costumo me referir não apenas ao meu próprio aniversário, mas também ao aniversário de nascimento de todos aqueles que conheço. Talvez seja porque a vida é mesmo como a primavera: cheia de flores , pássaros e cheiros mas, ao mesmo tempo, frágil e instável… Tem coisa mais bela?
Esse ano serão 43 primaveras muito bem vividas, cheias de alegrias e tristezas, sucessos e fracassos, saúde e nem tanto pique assim e, acima de tudo, muito amor e também muitas dúvidas e quase nenhuma certeza.
Você deve estar se perguntando como essa louca já passou dos 40 e assume assim a idade, com a maior naturalidade. Pois é: eu adoro fazer aniversário e não tenho o menor problema com as idades que já tive, muito pelo contrário são sempre motivo de orgulho. Adorei fazer 20, adorei fazer 30, adorei fazer 40 e tenho certeza eu vou assim, na maior adoração, até uma centena, se Deus quiser!
Eu é que pergunto: por que é que algumas pessoas, principalmente mulheres depois de uma certa quantidade de primaveras, têm tanto pudor de revelar a própria idade? Veja, não é só um problema das mulheres, o caso é tão grave que até mesmo os homens se, por um lado não têm vergonha de assumir quantas velas já apagaram, por outro consideram falta de educação perguntar a uma aniversariante quantas primaveras ela está comemorando.
Por que isso, meu Deus? É lindo ter 20, 40, 60, 90… Todas as idades têm a sua beleza… Aliás, quanto mais idade, mais vida e quanto mais vida, mais beleza.
Tudo bem que aos 40, você não tem mais o corpo de 20, aos 60 não tem mais o pique de 40 e aos 90 provavelmente já não terá mais a memória dos 60, mas ao 90 você terá 90 anos de vida! 90 anos de experiência, 90 anos de uma graça divina que é estar aqui apenas… vivendo.
Isso mesmo, viver é um privilégio, uma verdadeira graça. Por isso, sejamos agradecidos e saibamos aproveitar cada minuto que nós é concedido: pratiquemos o bem, sejamos tolerantes, pacientes, sorríamos mais vezes, procuremos perdoar e pedir perdão, sejamos corajosos diante das dificuldades e em tudo e para tudo resilientes.
Vivendo dessa maneira colecionaremos amizades, tranquilidade, serenidade, alegrias, felicidade, satisfação, paz e outras tantas coisinhas um tanto quanto abstratas que dinheiro nenhum compra e que só a experiência de vida nos traz.